Reunião de quadros comunistas de Évora

<font color=0093dd>O Congresso em construção</font>

Jerónimo de Sousa participou, no dia 25, em Évora, numa reunião da Direcção da Organização Regional alargada aos membros das comissões concelhias, no âmbito da preparação do XIX Congresso do PCP.

Na reunião surgiram muitas e valiosas contribuições

A reunião, que se realizou na SOIR – Joaquim António de Aguiar, contou com a presença de 80 quadros dirigentes do Partido no distrito de Évora, que debateram as Teses/Projecto Resolução Política e o projecto de alterações ao Programa do PCP. Em mais de 20 intervenções, os quadros presentes contribuíram para a preparação do Congresso com as suas opiniões e experiências próprias, muito a partir de aspectos da actual situação social e política que o País atravessa.

Em termos globais, e pese embora propostas e sugestões que surgiram no debate, ficou clara a concordância com as linhas apresentadas nas Teses e nas alterações ao Programa. Foram dados contributos e propostas, entre outros, para o reforço do Partido, para a criação de uma alternativa à política de direita e para a política de alianças, no sentido da construção de um governo patriótico e de esquerda, assim como foram colocadas questões sobre as consequências de eventuais saídas da NATO, da moeda única e da União Europeia. No que respeita ao reforço do Partido, salientou-se a importância do contacto directo com os militantes, sem pôr em causa a importância do contacto através dos meios digitais.

Afirmou-se ainda haver, entre os trabalhadores e o povo, um reconhecimento crescente do papel indispensável do Partido para a construção de uma alternativa à política de direita. Neste quadro, apontou-se a necessidade de resolver insuficiências do Partido na organização dos trabalhadores comunistas no locais de trabalho e reafirmou-se a importância do centralismo democrático como forma determinante de análise e avaliação da acção partidária.

Luta a crescer

Já no que respeita à alternativa à política de direita, valorizou-se a entrada na luta de outros estratos e camadas sociais, que objectivamente alargam a frente social de contestação ao pacto de agressão assinado por PS, PSD e CDS. Tendo em conta a dimensão da luta de massas e a realização, para breve, de uma greve geral, foi salientado que o Governo poderá ser derrubado. Um militante questionou se faz sentido, neste contexto, colocar a questão da saída da crise poder ser concretizada através de uma Frente Popular. Houve mesmo quem tenha proposto que a alternativa do Partido ao pacto de agressão e à política de direita do Governo PSD/CDS fosse aprofundada no próprio Programa, para uma melhor compreensão por amplos estratos da população das propostas do PCP.

Por outro lado, salientou-se a ideia de que poucas vezes como hoje os trabalhadores reconhecem o discurso do Partido, segundo o qual o caminho para a alternativa passa obrigatoriamente pela intensificação e multiplicação da luta de massas, fazendo dos próprios trabalhadores – e de outras camadas da população – os protagonistas principais dessa mesma alternativa. Valorizada foi ainda a intervenção decisiva dos comunistas nas lutas sindicais e das populações. Quanto aos movimentos ditos «inorgânicos», defendeu-se na reunião que o Partido participe nestes processos para que estes sejam consequentes e caminhem no sentido da constituição da frente social que o PCP defende, capaz de construir uma alternativa à política de direita.

Propostas e contributos

A ofensiva ideológica foi outro tema em destaque na reunião, tendo-se identificado as políticas educativas e culturais em curso há muitos anos a esta parte como componentes fundamentais para a concretização da política de direita. Relativamente a aspectos concretos desta ofensiva, considerou-se perigoso o discurso que ataca indiscriminadamente os partidos políticos ou a Assembleia da República (enfim, «os políticos», todos, sem excepção), bem como aquele que «criminaliza» as greves. Para alguns dos presentes, esta questão – pela sua importância – deveria merecer um maior destaque nas Teses.

Também para realçar nas Teses seria, para outro participante, a ofensiva em curso contra os serviços públicos de Saúde, Educação, Justiça e Segurança Social, bem como contra o poder local democrático, expresso por exemplo no PAEL ou na proposta de extinção de freguesias. Outra questão que se propôs que possa vir a ter maior expressão na Resolução Política a aprovar pelo Congresso é a agricultura. Na reunião de Évora reforçou-se a necessidade de pôr a terra a produzir e de pôr fim ao latifúndio, afirmando a necessidade de uma nova reforma agrária.

Foi ainda sugerido aos participantes que passassem a escrito as suas propostas e sugestões, de modo a que se possa tornar mais eficaz o trabalho das comissões de redacção.



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